Árvore da Vida!

Da mesma maneira que o corpo necessita do alimento, não qualquer tipo de alimento mas aquele que o nutri, a psique necessita conhecer o sentido de sua existência. Não um sentido qualquer, mas o significado das imagens e ideias que refletem a sua natureza e que se originam no inconsciente. C.G.Jung

Arvore da Vida

O mito universal da Árvore da Vida, também chamada de Árvore do Mundo, está relacionado com a gênese do Universo, da Humanidade e do Conhecimento. A sua simbologia está também ligada ao sacrifício e à cruz em grande parte das mitologias religiosas de vários povos do Mundo, para além dos Cristãos, como os Maias, os Vikings ou os Hindus. A Árvore da Vida era vista como a mãe primordial, um elemento feminino que gerava e distribuía a vida e tinha ainda o dom de atribuir a palavra. Por essa razão nos referimos às páginas dos livros como folhas, dado que a linguagem estaria escrita nas folhas da Árvore da Vida.

Fonte: Dicionário de Símbolos – ed Nova Fronteira – Imagem:Ouroboros by Brenda Erickson

Rosangela Corrêa – Psicoterapeuta – Especialista em Psicologia Junguiana

E-mail: roapcorrea@yahoo.com – Face: rosangela.apa.correa  –  Cel.: 55(11) 9.9883-4347

Consultórios: São Paulo – Pinheiro (em frente ao Sesc Pinheiros-Metrô Faria Lima) e Vila Madalena – (2 quadras do metrô Madalena) / Jundiaí/SP – Vila Liberdade

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Processo de Individuação e Alquimia

Processo alquimicoO processo de individuação consiste em confrontar os vários aspectos sombrios, reconhecendo-os e despindo-se da persona e das imagens primordiais. Segundo Jung, o processo de individuação nada tem de individualismo, muito pelo contrário, é um processo que estimula o indivíduo a criar condições para que cada um desperte o melhor de si e do outro, o tempo todo, fazendo-o sair do isolamento e empreender uma convivência mais ampla e coletiva, por estar mais próximo, conscientemente da totalidade, mas ainda mantendo sua individualidade. A individuação consiste em aproximar o mundo do indivíduo e não excluí-lo do mesmo. O autoconhecimento é o caminho para promover as necessárias quebras de padrões comportamentais que atravancam o processo de individuação. Este caminho segue uma dinâmica, aparentemente, descontinuada e desconexa, do ponto de vista egoico, mas absolutamente simétrico e coerente para o Self. Para isto, portanto, é inevitável a revisão minuciosa destes padrões comportamentais e de preconceitos explícitos e velados, assim como dos conceitos equivocados, gerando com isto, toda ordem de desarranjo, desarmando os mecanismos de pseudo-segurança.

Para melhor entendimento de como podemos conduzir as etapas no processo de individuação, junto ao cliente, utilizaremos de forma análoga, a metáfora alquímica com base na dinâmica apresentada na gravura da montanha dos adeptos, descrevendo a seguir, as etapas do processo alquímico. É importante lembrar que a Alquimia, ao logo dos séculos, assustou e confundiu muitas pessoas, pois muitos alquimistas trabalhavam escondidos para evitar as fogueiras da “Santa Inquisição”. Mas na verdade este trabalho tinha como objetivo transformar algo bruto em um material refinado, o que, simbolicamente, corresponde a nossa transformação psíquica.

1) Calcinação: Consiste em submeter um corpo, uma pedra, p. ex., a um calor elevado, para que este libere a água. Então, quando o cliente chega ao consultório, ele chega calcinando, mas calcinando pela água, que representa as emoções agindo de forma destrutiva, cristalizando os complexos. Sendo assim, o trabalho do analista, nesta fase, é colocar o “fogo”, mas um “fogo” planejado, ou seja, utilizar o “fogo” do cliente em processo de análise, para combater o próprio “fogo”. Utilizando a ferida, fruto da queixa daquela calcinação, para calcinar a própria ferida. Promovendo assim, a mudança de dimensão, que através da calcinação evoluirá de nigredo para outra chamada de albedo.

2) Sublimação: Consiste em converter um corpo de estado sólido para estado gasoso. Para Jung, a sublimação corresponde a ação de colocar ar, ou seja, pensamento, ampliação de consciência, em cima da cal ou do pó que possibilita manuseio, pois ainda não tem forma, visto que o complexo que foi calcinado e agora tornou-se pó, permite e gera condições para o indivíduo lidar com a sombra, com os infernos internos. E neste momento, o analista junto ao cliente começa a planejar ou imaginar como ele, cliente, quer lidar com a vida, averiguando e identificando suas reais expectativas, referente à situação em que esteja inserido, e o que, de fato, espera de sua própria existência, de maneira ampla e global. E depois desta sincera avaliação, de âmbito absolutamente pessoal, passam a verificar as disposições de merecimento, também, pessoal, mediante as expectativas planejadas e esperadas. Sendo que, p. ex., é improvável que uma pessoa adquira fluência em idioma estrangeiro, sem empenhar esforço e recursos pessoais para o aprendizado do mesmo.

3) Solução/Solver: Nesta fase o líquido homogêneo resultante da dissolução, pode ser reutilizado. Portanto, podemos colocar o sentimento novamente, mas agora de forma consciente, lógica, inteligente. Em outras palavras, ao passarmos pelas etapas de calcinação e sublimação, fazemos com que o indivíduo tenha percepções intuitivas para poder tirar a exuberância da carga emocional dos complexos, e através da etapa solução, o indivíduo possa solver, aproximando o sentimento sem correr o risco de despertar o complexo novamente, dando nova forma a antigos conteúdos. E neste momento, também criamos condições para o indivíduo galgar outra dimensão, em que podemos chamar de rubedo.

4) Putrefação/Fermentação: Consiste no processo de decomposição. Sendo assim, agora a presença da água/sentimento, diante daquele conteúdo, não calcina mais pelo fogo devastador, mas, ainda assim, provoca o equivalente a uma calcinação, só que nesta etapa, de forma branda, pois consiste na putrefação ou fermentação. Isto corresponde às necessárias mortes simbólicas, para a possibilidade de renovação, de criação, visto que, precisamos fazer substituições de conteúdos destrutivos por conteúdos construtivos. Nesta etapa acontecem as transformações, tendo em vista que, a base da alquimia é a troca, e se perdemos ou negligenciarmos a troca, também perderemos a oportunidade de transformação. Temos que estar atentos e dispostos para promovermos as necessárias quebras dos padrões de cristalização, para assim, rearranjarmos a própria economia psíquica.

5) Separação/Destilação: Consiste em isolar através da evaporização e a imediata condensação dos componentes voláteis, da mistura líquida, obtendo-se a água destilada livre de impurezas. Este é o momento onde conscientemente, o indivíduo vai fazer escolhas diante das possibilidades que surgiram em função das mortes simbólicas. São as rupturas, é o renascer literal, e isto tem que ser conscientemente, levando em conta que cada escolha implica em uma desistência, cada decisão, implica em uma cisão, ou seja, uma separação.

6) Coagulação: Refere-se ao resultado da solidificação. A partir do momento que o indivíduo separou ou destilou, ele passa para a etapa de coagulação. Isto significa concretizar as atitudes tomadas. Então, ao passarmos por todas as etapas anteriores, de calcinar, sublimar, solver, putrefar, separar, estamos finalmente em condições de coagular, portanto, a partir deste momento obtemos a ilusão de encontrar o equilíbrio, a tintura maior, que é a sétima etapa. Sobre o termo ilusão, apenas para esclarecer, temos que ter em mente que terminamos este processo, mas que outros virão e este suposto equilíbrio será novamente abalado, mas isto faz parte da dinâmica do processo de individuação.

7) Tintura/União: Consiste na ação de tingir a obra nas cores clássicas da alquimia, concluindo o processo alquímico. Sendo que assim, o indivíduo, agora, está tingido, e desta maneira encontra-se repleto de sentimento, emoção, pensamento, ação, todos alinhados, preparando-nos para um novo processo alquímico, que certamente será disparado por uma nova crise, e como mencionado no item anterior, dando continuidade ao processo de individuação. Na tintura, nos aproximamos da percepção da essência, sentido e significado existencial.

Finalizo o texto, desejando que todos despertem de forma atuante, para seus respectivos processos de individuação.

Rosangela Corrêa – Psicoterapeuta – Especialista em Psicologia Junguiana

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