Arquétipo

Através da psicologia analítica, entendemos que arquétipo corresponde aos seus componentes dinâmicos ou emocionais, seu simbolismo, seu componente material e sua estrutura. São imagens primordiais da psique humana, disposições inatas que podem ser acessadas a qualquer momento, em qualquer lugar, por qualquer individuo, povo ou nação. “A imagem primordial que também chamei de arquétipo, é sempre coletiva, ou seja, é, no mínimo, comum a todos os povos e tempos. Provavelmente são comuns também a todas as raças e épocas os principais motivos mitológicos.” (JUNG, 2009, § 832).

Os arquétipos podem ser acessados e conhecidos apenas através de suas representações, dentre as quais estão os mitos, as lendas, os contos de fadas, os sonhos e os complexos. São percebidos em comportamentos e eventos externos, principalmente associados às experiências, no âmbito universal e também no âmbito básico, como nascimento, morte, maternidade, entre outros. Por exemplo, o bebê nasce com disposições inatas para configurar alguém em seu ambiente, como a figura que desempenhará a maternidade ou maternagem.

As imagens simbólicas de um arquétipo não são o próprio arquétipo, pois ele é ininteligível, invisível e transcende a consciência atuando como um campo energético direcionando padrões de comportamento instintivos. Tem sua atuação iniciada em um determinado momento do desenvolvimento da mente, quando começa a organizar o material da consciência em figuras definidas, num estado de interpenetração e fusão recíproca. “A imagem primordial tem sobre a clareza da idéia a vantagem de ser viva. É um organismo de vida própria, dotado de força geradora, pois é uma organização herdada da energia psíquica do desencadear do processo energético. Caracteriza, por um lado, o modo como o processo energético sempre ocorreu desde as mais remotas eras e torna possível que continue ocorrendo regularmente, ao ensejar tal apreensão ou compreensão psíquica de situação que a vida possa receber sua continuidade. Constitui, portanto, a necessária contrapartida do instinto, que é um agir teleológico, mas que pressupõe também uma apreensão sensória e teleológica da situação momentânea. Esta apreensão de situação dada é garantida pela imagem existem a priori. Representa a fórmula aplicável e sem a qual impossível seria a apreensão de uma nova situação.[1] (JUNG, 2009, § 841)”.

O arquétipo influencia o comportamento humano de modo inconsciente, independente das experiências individuais, aceito ou não pela consciência, de ficar no inconsciente ou de migrar à consciência. Suas manifestações atuam do instinto primitivo do indivíduo às elaborações de conceitos e idéias na vida contemporânea. Em suma, todas as: formulações, símbolos e imagens, aspectos e conceitos, interpenetram-se, excluem-se e/ou completam-se, aparentemente independente uns dos outros.


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[1] JUNG, Carl Gustav. Tipos psicológicos. Petrópolis: Vozes, 2009.

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